How to: Dados Mestres MM - Materiais - Parte 2

Nessa segunda parte do artigo referente aos dados mestres, trataremos sobre o setor industrial e como o sistema permite fazer a avaliação dos materiais no estoque da companhia.

Caso você não tenha lido ainda a parte 1 desse artigo referente aos dados mestres de materiais, sugiro que antes de continuar a leitura do artigo atual, dê uma lida no anterior. How to: Dados Mestres MM - Materiais - Parte 1

O setor industrial permite que o material seja classificado dentro de um determinado tipo, ou seja, podemos dizer que um material do tipo Matéria Prima pode ser um material pertencente à engenharia, administração etc. Além disso ele também determina o seguinte:
  • Quais as visões serão apresentadas para o usuário e a sua sequência de apresentação;
  • Quais campos serão apresentados em cada uma das telas.
Uma vez criado o material e tendo a ele associado um setor industrial, essa associação não poderá mais ser modificada. Em contrapartida, por meio de configuração no customizing, é possível criar setores industriais específicos para que eles se adequem melhor ao negócio de cada companhia.

Durante a criação de um material, caso o usuário tenha dúvidas de quais visões criar para aquele determinado material, o sistema permite que ele faça um pré-cadastro somente com informações básicas, tais como: descrição breve, unidade de medida etc. e posteriormente, quando se tiver uma real noção de quais papeis esse material assumirá dentro da cadeia produtiva da empresa, as demais visões poderão ser criadas também pela transação MM01.

A transação de modificação, MM02, não permite que seja inserido novas visões, seu propósito é de somente permitir modificações nos dados inseridos nas visões criadas por meio da MM01. Esse é um erro bem comum dos usuários, os quais tendem sempre inserir novas visões por meio da transação MM02 e não conseguem.

Inserção de novas visões por meio da transação MM01

Vale ressaltar que qualquer mudança feita nos dados mestres, tais como criação ou modificação, são registradas nas tabelas de auditoria do sistema, significando assim que a todo momento é possível rastrear todo o histórico de modificações para cada material.

Chegamos agora a uma das informações mais importantes existentes nos dados mestres de material, que é a avaliação dos materiais. A avaliação dos materiais determina como o valor das mercadoria serão registradas nas contas de estoque da empresa. No SAP esse valor será obtido através da multiplicação da quantidade de materiais disponíveis no estoque da empresa pelo seu preço de avaliação.

Pelo que vimos acima, o valor depende tanto da quantidade quanto do preço de avaliação. Essas variáveis são modificadas toda vez que há uma movimentação de mercadoria no sistema. A depender da configuração, somente o valor total do estoque muda ou então além de mudar o valor total, o preço de avaliação pode se modificar com a movimentação de determinada mercadoria. Lembrando que essas modificações que geram uma mudança no valor total do estoque reflete em um lançamento no módulo de FI para ajustar o valor contábil também.

A avaliação do material é o elo de ligação entre o módulo de MM e o módulo de FI. Ela é essencialmente controlada por 2 fatores:
  • Configuração (Customizing);
  • Dado mestre do material.
No dado mestre do material, a visão de contabilidade é a responsável por essas informações sobre a avaliação do material. Dependendo da área de avaliação escolhida, o usuário deverá configurar os dados válidos para toda a empresa ou por cada centro de armazenagem da mercadoria.

Obs.: A área de avaliação é um nível organizacional no qual uma mercadoria é avaliada. Na configuração, (Customizing) o usuário poderá decidir se a avaliação de cada material será única para toda a empresa ou se será segregada por cada centro. Vale ressaltar que essa é uma configuração fundamental durante a implantação do sistema e que não é permitido modificar após o sistema ter sido implantado.

Quando o usuário for inserir as informações contábeis nos dados mestres de material, ele deve responder às seguintes questões:
  • O estoque do material será avaliado a um preço constante ou ele será ajustado a depender da flutuação do preço de custo?
  • Em qual conta contábil o valor do estoque deverá ser gerenciado?
Tipos de controle do preço do material

O tipo do controle do preço que é escolhido no dado mestre do material determina qual o valor será utilizado no momento da movimentação das mercadorias e como esse próprio preço irá variar. O SAP permite a escolhe de dois tipos, os quais veremos em detalhes abaixo.

Preço Standard (Código "S")

Quando o material é avaliado por esse tipo de preço, todas as movimentações de mercadorias que gerarem alterações no estoque utilizarão como preço do material, o preço indicado pelo usuário no dado mestre do material. Se na entrada da mercadoria da mercadoria ou no lançamento da fatura o preço da mercadoria diferir do que foi indicado no dado mestre, uma contabilização será feita na conta de diferença de preço para que a conta contábil de estoque não seja afetada com essas variações.

Preço Médio Móvel (Código "V")

Quando o material é avaliado pelo preço médio móvel, todas as movimentações de mercadorias que geraram alterações no estoque avaliarão o estoque pelo preço de compra presente no pedido de compra. Demais movimentos que não tiverem um pedido associado serão feitos com base no preço médio móvel do momento da operação. Caso haja alguma diferença de valor entrar o pedido de compra e o valor atual da mercadoria no estoque, ela é lançada diretamente na conta de estoque caso contenha saldo suficiente para suportar o referido ajuste contábil.

Para o cálculo do novo preço do material, o sistema então faz a divisão do valor total do estoque pela sua quantidade a acha o novo preço. Esse preço é também chamado de preço médio móvel e pode ser consultado pela transação MM03 em cada material.

Diferente do preço standard, no preço médio móvel temos a alteração tanto do preço do material quanto do quantitativo do estoque, ao passo que no caso do tipo de preço standard, a única coisa que muda é o quantitativo do estoque, já que o preço do material é fixo, conforme informado pelo usuário no momento do cadastro desse material.

Abaixo temos uma imagem que visa facilitar entendimento do procedimento de contabilização de ambos os tipos de preço existentes no SAP:

Avaliação de materiais nos processos de EM e EF

No exemplo ilustrado, temos um pedido de 10 unidades de um determinado material, onde foi pago para cada unidade 25,00 BRL. O valor total do pedido é de 250,00 BRL.

No cenário cuja a avaliação é standard e o preço registrado no mestre de material é 20,00 BRL, o sistema então fará um débito no estoque referente a 10 unidades desse material no valor de 20,00 BRL, fará um débito de 50,00 BRL na conta referente à diferença de preço e para fechar a contabilização, fará um crédito no valor total do pedido na conta transitória de EM / EF (Entrada de Mercadoria / Entrada de Fatura).

No cenário que a avaliação é feita pelo preço médio móvel, o sistema faz um débito no valor total do pedido, ou seja, 250,00 BRL na conta de estoque e um crédito nesse mesmo valor na conta transitória. Ao final do processo, o sistema faz uma divisão entre o valor total existente na conta de estoque pelo quantitativo de materiais existentes para encontrar então o novo valor médio móvel desse material e atualizar o registro no mestre de material.

A contabilização na conta de estoque que ocorre em ambos os cenários é controlada pela classe de avaliação que é preenchida na visão de contabilidade no dado mestre do material. A depender da classe de avaliação inserida nos registros de dados mestre dos materiais, o sistema por meio de um programa de determinação automático de conta sabe qual a conta de estoque será debitada no momento da entrada dessa mercadoria.

A criação das classes de avaliação é feita por configuração e é possível fazer uma amarração para que determinados tipos de materiais só possam escolher determinadas classes de avaliação como forma de prevenir cadastros errados por parte dos usuários finais.

Com isso encerramos nossas postagens sobre os dados mestres de materiais. Cobrimos os aspectos mais importantes dessa importante funcionalidade no SAP, entretanto, ao longo das próximas postagens sempre revisitaremos o tema devido a sua importância e interação com os processos do módulo de suprimentos.

Qualquer problema ou dúvida sobre o assunto, peço que deixam suas dúvidas nos comentários que terei o maior prazer em respondê-los.

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